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segunda-feira, 20 de julho de 2020

MARACANAZO E A COR DA PELE






Dia 16 de julho agora, é, 16 de julho de 2020, o MARACANAZO completou 70 anos, ou seja, em 16 de julho de 1950 o Brasil perdeu, em pleno Maracanã, por 2x1, a Copa do Mundo para o Uruguai. A grande imprensa repercutiu e relembrou a tragédia, que nem o 7x1 para a Alemanha conseguiu  apagar da memória dos torcedores brasileiros.

Um bem escrito artigo no Globo procura demonstrar que desde aquele dia fatídico,em que, supostamente, o goleiro Moacir Barbosa falhou no segundo gol do Uruguai, os goleiros negros são minoria no futebol brasileiro. Haveria, e isso pode ser verdade, um racismo estrutural entranhado na sociedade brasileira, que associou a falha à cor da pele, vindo daí uma desconfiança com jogadores negros que vestissem a camisa nº 1 de qualquer equipe.

O artigo diz que o lance reverbera por sete décadas e dificulta a vida dos goleiros com o tom de pele parecido com o de Barbosa. Cita casos pontuais de injúria racial ocorridos com goleiros como Jefferson, do Cruzeiro e Botafogo, Aranha, do Santos e Jairo que jogou pelo Coritiba e Corinthians, que foram ofendidos por torcedores nos estádios e até por um dirigente, no caso de Jefferson, durante convocação pela CBF.

Levantamento feito pelo Jornal mostra que dos 75 goleiros registrados nos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, apenas 30 são não-brancos. Daí a conclusão, com lastro em outros valiosos depoimentos, que persistiria uma desconfiança  em relação aos goleiros negros, já  que a camisa 1 da seleção brasileira só voltou a ser usada por um negro em 2006, Dida, o primeiro goleiro negro que ganhou a posição após o fatídico 1950.
O artigo é muito bom, mas na sua essência e conclusões há pecados mortais que merecem reprimenda.



Perdão pela ousadia, mas não acho que a cor da pele impeça qualquer goleiro de chegar à seleção brasileira, nem se confiará menos nele por dotes que se resumem à cor da sua pele. Não se discute aqui a existência ou não do racismo na sociedade brasileira. Mas não se acredita, também, que um goleiro fantástico, profissional competente, não ganhe a camisa 1 por causa da cor da sua pele.

Pompéia, goleiro de cor negra, jogou no América do Rio, fazia defesas incríveis e jamais foi criticado pela cor de pele. Se isso valesse alguma coisa, não teríamos em outras posições craques maravilhosos que nos deslumbram com seus talentos.

Barbosa carregou um fardo pela vida inteira. O fardo do segundo gol que viabilizou a vitória do Uruguai e permitiu que os braços de Obdúlio Varela erguessem a Jules Rimet; Não foi o fardo de um goleiro negro que falhou, mas de um goleiro que, junto com mais dez jogadores, perdeu uma Copa do Mundo que já estava no papo, e dentro do seu próprio quintal.

Entender que por esse motivo não mais existem goleiros de cor negra aqui ou acolá é relacionar alhos com bugalhos. Não dá, a conta não fecha. O racismo estrutural mencionado pelo artigo do Globo não tem a força de impedir o surgimento de novos talentos que joguem com a camisa nº 1. Se aparecer um camarada retinto, fera, que feche o gol, o meu Botafogo contrata na hora, sem lembrar  1 minuto sequer do 16 de julho de 1950.
Que venham novos Barbosas, pois sempre terão uma camisa nº 1 esperando por eles!

Valeu!
Rony Lins! 

MARACANAZO E A COR DA PELE

Dia 16 de julho agora, é, 16 de julho de 2020, o MARACANAZO completou 70 anos, ou seja, em 16 de julho de 1950 o Brasil perdeu, e...