Juiz, profissão de risco...

Outra juíza ameaçada de morte no País.


Em entrevista à Folha de São Paulo de hoje, 13.7.2012, Bárbara Cardoso de Almeida, juíza de Embu das Artes (SP), relata que está ameaçada de morte. O aviso veio pelo telefone e parece conectado a uma decisão proferida pela juíza , que, preservando uma Área de Proteção Ambiental (APA) pertencente à Companhia de Habitação e Desenvolvimento  Humano (CHDH) determinou a desocupação da área, invadida pelo Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MTST).


Diz a juíza que a sensação é terrível, porque o medo é inerente ao ser humano e uma situação como essa desvela possibilidade concreta de um ataque  à sua pessoa. Passou a ter escolta policial, e a ida ao supermercado, ao Banco, ao chope com os amigos, tornou-se uma novela, cujo roteiro obedece aos passos ditados pela segurança, o que estraga os prazeres mais simples.


Dispensou a escolta pois não deseja virar refém de si mesma e ceder à pressão dos inimigos da justiça. Diz que nunca pensou, quando prestou concurso para a magistratura, que um dia, por causa de uma decisão exarada em função do seu digníssimo cargo, sua vida entrasse no meio, como moeda de pressão e obtenção de vantagens indevidas.

Vive sob uma pressão silenciosa e oculta com peso terrível, os passos sempre calculados ao extremo, o dia a dia portador de um suspense que não acaba no final do filme e que não tem data para acabar.


Mas, segundo a doutora Bárbara, o juiz tem que ser forte e acreditar que a justiça será  feita sempre. Sabe que a comunidade espera e depende do seu trabalho e por isso não cede às ameaças dos malfeitores invisíveis.


Heróis não têm idade e profissão definida. Como diz um desembargador na mesma entrevista, juiz virou profissão de risco no Brasil, o que antes acontecia em outras paragens, como na Itália, por exemplo, onde a Máfia sempre tentou intimidar os corajosos  magistrados e muitas vezes atentou contra as suas vidas.


A douta juíza de Embu das Artes (SP)  é uma heroína que merece as homenagens do Blog.  


Que seja protegida pelas autoridades como merece, e que as ameaças sejam apuradas, de imediato, restaurando-se a tranquilidade e a normalidade da vida  da magistrada, lucrando, assim, o próprio estado de direito que impera no País.


Abraço!


Valeu!


Rony Lins