teatro

Estreia hoje, 2.10.2012, no Rio de Janeiro, a peça NÓS SEMPRE TEREMOS PARIS, do jornalista Artur Xexéo, comédia romântica embalada por deliciosos sucessos do cancioneiro francês, tais como Sablon, Piaf, Michel Legrand e outros badalados que bagunçam o coração da platéia. No elenco, sob a direção de Jacqueline Laurence, Tadeu Aguiar e Françoise Forton vivem o casal brasileiro que se encontra nos anos 90 num café de Paris, rola um clima e mais nada, trocam endereços e telefones e cada um segue a sua estrada. A vida segue, ela casa, e ele segue procurando pela vida, sem nenhuma relação mais estável. Ela fica viúva e eles se encontram 20 anos depois no mesmo café, coincidência ou não, para rememorarem o amor não vivido, a vida dos que não foram, o que poderia ter sido um sonho e virou vazio, lembrança rota e furada de uma vida que prometia vinte anos atrás.

A vida é esse jogo azedo, incerto e cruel, corda bamba a desafiar todos os dias  os pobres mortais.  Aquele olhar de dez segundos traz dentro do brilho e da determinação uma vontade e uma vida.

Decifrá-lo e entendê-lo, se apropriar da sua mensagem e ouvir a melodia no tom certo é o grande desafio, a dificuldade insuperável.

Muitas vezes, perde-se muito por não retribuir aquele olhar, como também, ganha-se uma vida numa simples troca de olhares.

A sacanagem divina é conceder a você dez segundos pra captar a mensagem e enviar a resposta certa  encarecida pelo destino.

É muito pouco tempo pra tanta responsabilidade.

Abraço!

Valeu!

Rony Lins