Médico é de carne e osso...

Leio entrevista do Dr. João Mansur, cardiologista e professor, que acaba de ser designado pela CBF como supervisor geral da área médica da Copa de 2014, vale dizer, responsável direto pela saúde de todas as delegações envolvidas no certame máximo do futebol mundial, na Revista de Domingo do Globão de 17.6.2012. E nela o médico desfaz aquela imagem do médico Robocop, sempre de armadura para enfrentar as doenças, a salvo da dor dos seus pacientes, profissional que não sofre nunca  porque a regra médica manda não fraquejar, não se envolver com o pranto do seu paciente.

Não é bem assim.  O médico sofre muito com a doença de quem se jogou nos seus braços, ou no seu conhecimento, e muitas vezes a dor que lhe vai na alma escapa aos que estão à sua volta, imersos na névoa do desespero que inunda o ambiente hospitalar.

Desgastante e sofrida a profissão médica, que exige muita coragem de quem a pratica, por se saber humano e longe de possuir a constituição de um Robocop, e assim mesmo disposto a  enfrentar o drama humano diariamente.

É fazê-lo sabendo que deu o melhor de si, diz o Dr. João, estudando muito, até o fim.

E falando sobre o excesso de trabalho  que cobre a vida de todos os médicos do País ele conta um caso hilário que viveu outro dia.

Ele seguia num táxi, quando o carro da frente, dirigido por uma senhora, enguiçou.  O taxista saltou e deu um jeito no motor até chegar no posto de gasolina mais próximo. Pediu para o médico dirigir o táxi, atrás dele, que iria dirigindo o carro da senhora.

E assim fizeram até o primeiro posto de gasolina que encontraram, o médico dirigindo o táxi atrás do carro da senhora, levado pelo taxista.

No dia seguinte, no seu consultório, uma cliente observou:  doutor, vocês trabalham demais, não resta dúvidas. Ontem eu vi o senhor dirigindo um táxi prá ajudar nas despesas...  Não é um pouco de exagero, não?

Vida de médico, vida diferente, vida que daria um livro sob qualquer aspecto que você escolher.

Valeu!

Abraço!


Rony Lins