Brasil bem na fita...

A imprensa de hoje, 26.12.2011, destaca que o Brasil superou o Reino Unido, tornando-se a 6ª maior economia do mundo, enquanto os britânicos caíram  para a 7ª posição, num estudo feito por economistas ingleses para o jornal britânico The Guardian. Segundo o Guardian, a recessão  e a crise bancária que assolaram o Reino Unido por volta de 2008 foram as principais responsáveis pela queda e ultrapassagem verificadas entre os dois países. O Brasil, maior economia emergente da América do Sul, valeu-se, em muito, das exportações para a China e Extremo Oriente nessa corrida econômica pela supremacia mundial, maratona eterna que envolve, é claro, outras dezenas de atores  bem interessados no tema.

Ler essa notícia  do Guardian, de Londres,  parece ter o efeito de música doce nos nossos ouvidos, e música  que deveria cativar e ter o efeito biológico e  afetivo de inflar o peito dos apaixonados pela pátria amada.

Mas não é bem assim.

Quando se anda pelas ruas das principais cidades da 6ª maior economia do mundo a musica desafina, os ouvidos doem e os olhos,centenas de vezes, ficam marejados.
A miséria ainda é grande, a desigualdade infame e destruidora, e o País parece esquecido de que é a 6ª maior economia do mundo, segundo o The Guardian, de Londres. Em qualquer sinal de trânsito que se pare , em qualquer capital de estado do País, um exército de Brancaleone cerca o motorista por todos os lados e implora pela sua compreensão e bondade na compra de algum produto, que pode representar, talvez, um copo de leite na mesa. O tamanhão da  6ª maior economia do mundo, com suas consequências benéficas, a olhos vistos, não mudou em nada a vida dos mais carentes, que precisariam tanto que essa potência reconhecida pelos ingleses, quem diria, lhes dedicasse um tempinho que fosse para ouvir o brado retumbante que ecoa das suas ruas duras e implacáveis, grito   que vem dos cruzamentos onde o sinal vermelho obriga os carros a uma parada quase sempre desagradável.

O grande problema da 6ª maior economia do mundo são os batedores. É, aqueles motociclistas que seguem na frente das autoridades abrindo o trânsito e dando passagem ao comboio mesmo com o sinal vermelho.

Eles são os culpados pela falta de eco do brado retumbante. Por causa deles nenhuma autoridade para no sinal para receber ofertas variadas de compras de chicletes, panos de chão, bonequinhos, canetinhas, passocas, balas variadas, convites de teatro, contribuições  para mil entidades e o que mais se possa inventar.

São eles, sim...  Sem eles o sinal vermelho fechava e aí... Quem sabe ao ver o exército de formiguinhas desesperadas, com tempo marcado na luta pelo sucesso, sob o sol escaldante, tentando vender o possível e o impossível, nossas autoridades percebessem alguma coisa fora dos trilhos e a tal distribuição de renda melhorasse na 6ª maior economia do mundo...


Valeu!

Abraço!


Rony Lins